domingo, 18 de janeiro de 2009

O Curioso Caso do Filme que Simplesmente "Não"

É difícil ser cinéfilo tru em Balneário Camboriú. Pra resumir bem, estréias atrasadas e ingressos caros fazem com que o ânimo esfrie um pouco, e junte isso ao fato de que eu não sirvo para assistir qualquer coisa no computador (pelo menos não enquanto o monitor LCD não vem, hãhã), e você já pode entender o que me impede de tentar parecer o crítico-descoladão-vanguardista-arauto dos novos tempos. Quando eu digo num post anterior que eu comprei uns DVD`s, o lance tá mais pra “Pai, olha só o filme novo do John Cazale que eu comprei!” Tá feia a coisa...

Tudo isso pra dizer que eu assisti “O Curioso Caso de Benjamin Button” com a Giosepina nesta sexta. E foi um pouco triste, estilo jogo da seleção. Toda a torcida a favor, mas no final fica naquele empatezinho em 0X0 com o selecionado do meu bairro. O diretor é um dos melhores da geração; o protagonista é feinho, mas representa; todo o burburinho pré-Oscar aumenta as expectativas. Mas no final, fica a impressão de que o melhor do filme foi a premissa.

Estou há meia hora tentando escrever alguma coisa, mas o sono não deixa. E como vou ficar praticamente uma semana longe do blog, ficam aqui as minhas breves impressões: um filme que se perde em vários momentos, especialmente quando tem que decidir se Button deve agir como uma criança/adolescente ou como um idoso – um casal beeeeem mequetrefe (e a personagem de Cate Winslet se mostra uma verdadeira vagaba, trocando o velho Button por outro com aparência mais jovem), sem algo que realmente justifique o amor entre eles. Pra falar a verdade, a amante interpretada por Tilda Swinton parece ser uma companheira infinitamente melhor que Daisy. Na real, o filme tem uma premissa interessante, e só. Parece até que foi inspirado naquele PowerPoint que roda a internet, com aquela frase do Chaplin sobre viver a vida ao contrário (Só fica ligado porque não é do Carlitos, beleza?)

Mas o que me chamou mais a atenção vai além disso tudo, e extrapola a esfera cinematográfica pra entrar num debate bem mais contemporâneo. David Fincher, como diretor provocador que é, fez de Benjamin Button o ídolo-mor da galera que bomba na lista de mais procurados da Interpol. David Fincher vai colocar a pedofilia no Oscar. Tá certo que muitos vão dizer que “O velho Benjamin tem a mesma idade da Daisy”, que é a mesma coisa que dizer que não estava apreciando fotos de crianças nuas, mas sim baixando material de pesquisa pra um livro. Ele ainda tenta jogar uma pras coroas colocando a velha Cate Blanchett catando o jovem Brad Pitt, o que já derruba a teoria de misoginia patológica. Enfim, um filme para Pedobears e Susanas Vieiras assistirem com seus netinhos, e dali quem sabe fazer um escambo “cuida do meu que eu dou uma olhada no seu”.

Jovem Matusalém: estabelecendo novos padrões de "baixo" desde 2008

4 comentários:

Anônimo disse...

eu tô afinzão de ver esse filme, devo ir amanhã. mas desde o começo já vim pensando que essa premissa não deve conseguir se segurar com força no filme inteiro. agora, nesse lance de pedofilia, eu ainda não tinha pensado. ponto de vista beeem interessante.

Anônimo disse...

CaraleO, eu IA ver este filme, Kenzo.

:/

chiphead disse...

Pedobear na veia, huahuahua...

Felipe S. disse...

Pode não ser o melhor roteiro.. e de qquer forma é um filme de holllywood.. Mas eu curti o filme, não é o melhor filme do mundo, mas acho que vale a pena ser assistido.