(Antes de começar o texto, tenho que esclarecer uma coisa: sou funcionário público de um serviço fundamental em uma cidade do 'interior' (leia-se 'não capital') de SC. Isso não explica muita coisa, mas certamente complementa várias outras)
Já faz um tempinho que isso me incomoda: todo dia eu vejo “reclamações” de praticamente tudo. O problema não é o descontentamento, algo que eu acho normalmente natural, e teoricamente construtivo. O problema são as aspas. Porque o que chega até mim à rigor não são reclamações, mas é o famoso “Com essa nova lei, fica complicado...”, ou “Com esse servicinho que a Empresa X tem, fica difícil...”. E essa mistura de burrice, sarcasmo idiota e falta de culhões pra falar na cara que não gosta de algo me tira do sério.
Se eu fosse um cara chato, levaria isso de uma forma cínica, e responderia como se não tivesse ouvido nada, e fosse a reivindicação honesta de alguém que está realmente preocupado com o bom andamento do procedimento X, mas na verdade todos nós sabemos que isso não é a real. Na verdade, isso é a reclamação contida de alguém que não tem a manha de falar que acha tal coisa uma bosta ou que o fabricante daquele produto merecia enfiá-lo onde o sol não bate, mas que não sei por que motivo acho que a forma mais efetiva de conseguir expor a sua revolta é apenas sugerindo. Tenho quase certeza que o cidadão acha que cumpriu o seu papel de cidadão ao deixar subentendido que ele está absolutamente revoltado.
E o pior é que já se vê isso na mídia. Em jornais da região a gente percebe colunistas utilizando esses 'argumento', o que me faz pensar no seguinte dilema Tostines: “Nossos colunistas fazem isso por que é assim nas ruas, ou as ruas são assim porque nossos colunistas fazem isso?” A resposta, meu amigo é complicada...
terça-feira, 8 de julho de 2008
É complicado...
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Um comentário:
Esses dias me aconteceu uma coisa que fiquei muito puto, porém me senti FELIZ com a resolução do problema.
Eu e minha namorada, a Josie, embarcamos em um ônibus Catarinense na cidade de Curitiba com destino a Balneário Camboriú.
O horário do ônibus era 20:30 h, chegou 21 h na rodoviária.
Todos os passageiros já estavam meio putos.
A hora que entrei no ônibus senti um cheiro insuportável, cheiro de mofo, como se o forro do ônibus e dos bancos estivesse apodrecendo.
Em alguns momentos da viagem fiquei até enjoado com aquele cheiro.
Foi aí que comecei a pensar em que atitude eu poderia / deveria tomar:
a) Entrar em contato com algum setor de atendimento ao consumidor da Catarinense (provalvemente não daria em nada, no máximo receberia um email de desculpas pelo transtorno).
b) Reclamar com o motorista (que culpa o cara tem? ele é apenas o motorista e provavelmente não é ele que escolhe o ônibus que vai dirigir).
c) Ir ao PROCON e reclamar das condições de higiene do ônibus (obviamente não daria em nada, até lá a empresa teria tirado aquela desgraça de circulação e eu nem mesmo conseguiria provar minha reclamação).
Massssssssssssssssssssssssssss, quando o ônibus parou em Joinville e quando eu já estava perdendo minhas esperaçs, aconteceu algo inusitado:
Uma senhora que se sentava logo a minha frente junto a sua família (filha teen e dois filhos pequenos) desceu do ônibus e não voltou mais. O ônibus estava parado e desligado, a demora começou a perturbar os ocupantes (que já estavam atrasados em no mínimo meia hora).
Comecei a escutar alguns "resmungos" de alguns passageiros e resolvemos descer do ônibus também.
Lá fora estava a senhora e sua família com suas malas em mãos.
Com uma sutileza invejável vi ela dizendo ao "gerente" da empresa:
"Esse ônibus está fedendo e nele eu não viajo mais, faça-me o favor de providenciar outro ônibus".
Automaticamente virei FÃ nº 1 dessa senhora, peguei minhas malas e compramos a briga na hora.
O ônibus ficou parado mais de uma hora e os outros passageiros estavam completamente EMPUTECIDOS (fiquei até com medo de apanhar da geral).
Resultado: Viajamos de Joinville a Balneário Camboriú em 5 passageiros em um ônibus zerado e muito cheiroso.
Chegamos antes dos passageiros do ônibus antigo que estavam revoltados e não quiseram trocar de ônibus.
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