quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Original Prankster

A impressão que eu tenho é que a sociedade prefere ser roubada que tapeada. Deve ser por achar existir algum tipo de glória em ser o coitado da história, ou simplesmente por não estar pronta para perceber quão afobada ela pode ser na hora de emitir julgamentos. Os hoaxters sabem disso, mas quem ganha a vida da infâmia dos outros não poderia esperar os louros da glória.

Diferente de Orson Welles (que imortalizou o hoax com Guerra dos Mundos, pra depois nunca mais), Alan Abel dedica sua vida à jogar na cara das pessoas seus próprios preconceitos, e consegue ser incrivelmente bem sucedido. Prova disso é a SINA (Society for Indecency to Naked Animals), cujo trabalho de colocar bermudas em animais adultos fez pipocar células da ONG em todos os EUA, além de doações de pessoas que apoiavam a causa. Além disso, ele armou o casamento de um falso Idi Amin com uma americana como forma de conseguir o green card para o ditador; posou de Garganta Profunda (o informante); criou uma escola para mendigos; criou o Euthanasia Cruise, onde os corpos dos passageiros seriam despejados no oceano, dentre outras armações.

E agora a obra do Sr. Abel estará à disposição do grande público, com o lançamento do documentário "Abel Raises Cain". Vamos ver se assim o pessoal deixa de ser pato do Manson.



Abel em uma de suas primeiras armações: ensinando executivos a melhorar as tacadas colocando movimentos de balé nas tacadas.

Um comentário:

Ani Cristina Bariquello disse...

Realmente, há quem sabe explorar a idiotice alheia. Sorte aos exploradores, ridicularização aos explorados. Parece justo.